A Tirania do “E Se?”: Por Que Seu Cérebro Nunca Está Satisfeito (E Como Recuperar o Controle)

No Além da Psiquiatria, entendemos que a mente humana é uma máquina complexa, capaz de criar soluções incríveis, mas também de gerar insatisfação constante. Já se pegou pensando que, mesmo conquistando seus objetivos, a sensação de "falta" persiste? Que o problema de ontem foi substituído por um novo, talvez ainda maior?
Por Que Nunca Estou Satisfeito

Neste artigo, vamos explorar a tendência do nosso cérebro de “ver problema em tudo”, entender as raízes desse comportamento e oferecer ferramentas práticas para você recuperar o controle e encontrar a satisfação no presente.

A Busca Infinita por Problemas:

Nosso cérebro é programado para identificar e resolver problemas. Essa capacidade foi fundamental para a sobrevivência da nossa espécie, permitindo que nossos ancestrais superassem desafios e prosperassem. No entanto, em um mundo com abundância de recursos e menos ameaças imediatas, essa programação pode se tornar um obstáculo.

Como mencionado no artigo “Prevalence-induced concept change in human judgment” (Levari et al., Science 360, 1465–1467 (2018)), há uma tendência de que, quando algo se torna menos prevalente, a nossa percepção se ajusta para continuar a identificar aquilo, mesmo que em menor grau. Ou seja, se os problemas diminuem, nosso cérebro pode expandir o conceito de “problema” para continuar encontrando-os.

“Social problems may seem intractable in part because reductions in their prevalence lead people to see more of them.” Levari et al., Science 360, 1465–1467 (2018)

Antes, a preocupação era ter o que comer. Hoje, é escolher entre uma infinidade de opções gastronômicas. Antes, era ter um celular. Agora, é ter o modelo mais recente, com a câmera mais potente e a tela mais brilhante. Essa busca incessante por “mais” e “melhor” pode nos aprisionar em um ciclo de insatisfação.

Por Que Nosso Cérebro Faz Isso?

  • Adaptação Hedônica: Tendemos a nos adaptar rapidamente a novas conquistas e prazeres, diminuindo a sensação de satisfação ao longo do tempo.
  • Comparação Social: Avaliamos nosso sucesso e felicidade em relação aos outros, o que pode gerar sentimentos de inveja e inadequação.
  • Aversão à Perda: Sentimos a dor da perda com mais intensidade do que o prazer do ganho, o que nos leva a focar nos problemas e nas ameaças.
  • Viés da Negatividade: Damos mais peso às informações negativas do que às positivas, o que pode distorcer nossa percepção da realidade.

Como Quebrar Esse Ciclo:

  1. Consciência: O primeiro passo é reconhecer que você está preso nesse ciclo de insatisfação. Observe seus pensamentos e identifique os padrões de comparação, aversão à perda e viés da negatividade.
  2. Gratidão: Pratique a gratidão diariamente. Anote as coisas boas da sua vida, por menores que pareçam. Isso ajuda a mudar o foco do que falta para o que você já tem.
  3. Mindfulness: Esteja presente no momento. Preste atenção aos seus sentidos, às suas emoções e aos seus pensamentos, sem julgamento. Isso ajuda a reduzir a ansiedade e a apreciar o presente.
  4. Defina Seus Valores: O que é realmente importante para você? Quais são seus valores? Alinhe suas ações com seus valores e priorize o que te traz significado e propósito.
  5. Aceitação: Aceite que a vida é imperfeita e que sempre haverá desafios. Em vez de lutar contra a realidade, aprenda a lidar com ela de forma resiliente.
  6. Foco no Processo: Em vez de se concentrar apenas no resultado final, aprecie o processo de aprendizado e crescimento. Celebre cada pequena conquista ao longo do caminho.

O Olhar do Além da Psiquiatria:

No Além da Psiquiatria, acreditamos que a chave para a felicidade não está em eliminar os problemas, mas sim em mudar a nossa relação com eles. Ao desenvolver a consciência, a gratidão e a aceitação, podemos transformar a “tirania do ‘e se?'” em uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento.

Se você se identifica com esse padrão de insatisfação e deseja aprender a lidar com ele de forma mais saudável, agende uma consulta no Além da Psiquiatria. Juntos, podemos construir um caminho para uma vida mais plena e significativa!

Referência:

  • Levari et al., Science 360, 1465–1467 (2018)

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